Débora Porto, oncologista do Núcleo de Oncologia do Agreste (NOA), destaca que, se detectado precocemente, pode ter cura, mas maioria é diagnosticado em estágio avançado
Os tumores de cabeça e pescoço são bem comuns no Brasil, por isso a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) intensifica as ações de conscientização desses tipos de cânceres durante o mês de julho, quando é vivenciado o Julho Verde (criado pela Associação de Câncer de Boca e Garganta – ACBG Brasil para reforçar a importância do diagnóstico precoce). Para se ter uma ideia, é possível atingir 90% de cura com o tratamento prévio, como destaca a oncologista Débora Porto, do Núcleo de Oncologia do Agreste (NOA). A médica, porém, salienta que maioria dos casos são detectados em estágio avançado, no Brasil.
Esses tumores correspondem a uma média de 6% de todos os tipos, sendo o nono mais comum no mundo, conforme dados da IARC (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer), órgão ligado à Organização Mundial de Saúde (OMS). Eles são os que acometem tireoide, boca, garganta, laringe, faringe, paratireoide, traqueia ou região sinonasal. No Brasil, há maior incidência de boca, tireoide e laringe.
Mas, como prevenir esses tipos de cânceres? A oncologista Débora Porto explica que há alguns fatores de risco associados ao aumento do desenvolvimento deles. "Qualquer tipo de fumo pode elevar a incidência do tumor de cabeça e pescoço. Também o consumo de álcool, principalmente quando associado ao tabagismo".
A exposição solar é outro ponto que aumenta o risco de desenvolvimento de alguns tipos de carcinomas espinocelulares de lábio, por exemplo, também segundo a médica. "Havendo um controle sobre esses fatores ou mesmo uma diminuição desses hábitos, os riscos de desenvolvimento caem consideravelmente. Outro fator muito frequente é a exposição ao vírus do HPV, sexualmente transmissível, que pode estar associado a alguns carcinomas espinocelulares, principalmente de orofaringe e boca. Então, tem que se dar uma atenção especial". Existe um programa de vacinação que confere proteção a alguns subtipos de HPV.
De forma preventiva, é importante manter uma alimentação saudável, fazer atividade física, não fumar, não beber e manter a rotina de exames médicos periódicos em dia.
Crédito da foto: Freepik
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