Estrabismo, que comumente também é chamado de vesgueira, é um desequilíbrio na função dos músculos oculares. “Pode ficar desviado para dentro ou para fora, para cima ou para baixo, e pode ser permanente ou acontecer de vez em quando e é facilmente identificado através de um exame oftalmológico”, explica a oftalmopediatra do Hospital dos Olhos de Pernambuco (Hope), Diana Arraes. Os olhos possuem músculos que controlam os movimentos através de impulsos nervosos emitidos pelo cérebro. Por isso, o estrabismo muitas vezes pode indicar outras patologias. “Quando percebido o estrabismo, é preciso identificar qual a etiologia, ou seja, a causa do desvio ocular. Se é alguma doença, do que se trata... Para só então começarmos o tratamento”, continua Diana Arraes. Casos como paralisia cerebral, cefaleia, Síndrome de Down, hidrocefalia, tumores cranianos e tra umas, frequentemente são acompanhados de estrabismo.
É natural que os olhos dos bebês, durante os seis primeiros meses de vida, fiquem vesgos, já que eles não conseguem acompanhar com o mesmo desempenho dos adultos os objetos em movimentos. Passado esse período, caso a criança continue com desvio ocular, é preciso informar ao oftalmologista para acompanhamento. Diana explica que a prioridade dos médicos é fazer com que a visão tenha o melhor desempenho possível, antes mesmo de fazer a correção do estrabismo. O tratamento pode ser clínico, através de óculos, tampão e fisioterapias; ou cirúrgico. “Porém, a cirurgia só é realizada posteriormente e em caso de extrema necessidade. Como, por exemplo, se o tratamento clínico não estiver surtindo efeito.”
Quando uma pessoa estrábica não recebe o tratamento apropriado, ela pode desenvolver ambliopia ou até mesmo perder a visão. “Na ambliopia, a visão não fica boa, fica imprecisa e não consegue estruturar imagens. O cérebro também pode anular a visão do olho estrábico, já que ele captura uma imagem duplicada, semelhante ao do olho bom – para não receber a mesma informação duas vezes, o cérebro anula o poder de visão. Mesmo que seja feita a cirurgia, o olho não volta a enxergar”, ressalta Diana. Por isso, é necessário o acompanhamento oftalmológico regular. Os bebês precisam passar por uma consulta completa a cada seis meses nos dois primeiros anos de vida. Após esse período, pelo menos uma vez por ano pelo resto da vida.
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