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Entenda mais sobre o Glúten



Os primeiros humanos surgiram na Terra há cerca de 4 milhões de anos, tendo uma alimentação baseada praticamente naquilo que a natureza oferecia e que eles conseguiam colher. Este tipo de alimentação se limitava ao sucesso de caça e à disponibilidade das frutas, folhas e raízes, de acordo com as estações, determinando o tamanho da população. O crescimento de qualquer espécie depende do acesso contínuo a alimentos, e antigamente os fatores climáticos e geográficos tinham um maior peso. Para superar este obstáculo surgiu a agricultura, um grande marco na história. Esta invenção permitiu aos homens terem maior controle sobre sua alimentação, mesmo no inverno ou em outras condições menos favoráveis. Plantar, colher e armazenar grãos e cereais garantiam a sobrevivência da população mesmo em casos de caça sem sucesso, conflitos com outras tribos ou épocas de frio. Cerca de 10.000 mil anos atrás, começamos a a “domesticar” alguns grãos, especialmente o trigo. Desta forma, a humanidade se beneficiou com uma alimentação mais estável por milhares de anos, o que permitiu o crescimento progressivo da população mundial. Ironicamente novas doenças começaram a surgir também, e como Hipócrates afirmou há cerca de 2500 anos todas as doenças começam nos intestinos.

O ritmo acelerado de crescimento exigiu que indústria desenvolvesse novas formas de cultivos cada vez mais eficazes, assim como espécies híbridas mais produtivas e resistentes às pragas e às condições climáticas adversas. A engenharia alimentar através dos cruzamentos genéticos desenvolveu grãos com estas características. Como consequência, chegamos também a variedades com maior concentração de glúten. Só que, por outro lado, a nossa adaptação genética não acompanha com a mesma velocidade as alterações artificiais feitas nos alimentos. Temos assistido, principalmente na última década, que o preço a pagar é muito alto: digestão difícil ou quase impossível de alimentos com glúten, baixa assimilação de nutrientes e uma série de doenças graves provocadas por ele. O glúten, “cola” em latim – é um complexo de proteínas que se encontra exclusivamente em cereais como o trigo, a cevada, o centeio e a aveia. Mas ao que parece, nosso organismo não está preparado para estes alimentos, da forma e na concentração que eles se apresentam hoje em nossas dietas. Como consequência, segundo afirmam especialistas em saúde, esta substância causa vários tipos de sintomas não somente no aparelho digestivo, mas também afeta praticamente todos os sistemas do nosso corpo. William Davis, reconhecido pelo best-seller “Barriga de Trigo”, afirma que as modificações genéticas resultaram em cereais cada vez mais agressivos ao homem, causando danos a saúde de milhões de pessoas.

E este número não pára de crescer… Eu e o Leo eu gravamos uma uma minissérie onde explicamos por que a preocupação com o glúten não é apenas um problema para celíacos ou pessoas com sensibilidade. Nos anos 70, nos EUA, surgiu a famosa pirâmide alimentar, que rapidamente foi adotada pelo mundo inteiro, e apenas hoje começa a ser questionada. Ela estabeleceu como base de uma alimentação saudável a ingestão de alimentos ricos em carboidratos na forma de cereais, massas, pães, farinhas e tubérculos. Isso se soma ao expoente crescimento da indústria alimentar que tornou possível o fácil acesso à abundante e variada oferta de produtos derivados destes cereais. Inclusive, as farinhas dos mesmos são relativamente baratas, o que encorajou a indústria a usá-los como matéria-prima para uma diversidade de itens alimentares. Desde produtos de panificação e massas até outras formas menos evidentes de uso, como conservas, molhos prontos ou embutidos, só pra citar alguns. Hoje em dia é muito difícil imaginar um café da manhã sem torrada, ansiamos por uma massa no almoço, nós nos presenteamos com uma fatia de bolo ao cair da tarde, e ninguém resiste àquela pizza que acabou de sair do forno a lenha. Será que existe vida além do glúten? 

As pessoas que têm a doença celíaca – 6% da população mundial – com certeza respondem com um simples sim. Para elas, o glúten é uma substância altamente tóxica, não somente quando ingerida, mas através de qualquer contato com a pele (cosméticos) ou ao ser inalada ao passar na frente de uma padaria tradicional. Porém, de uma forma curiosa, estas pessoas podem transformar esta predisposição genética para a intolerância em uma oportunidade de construir saúde radiante, consumindo exclusivamente alimentos sem glúten, que são: frutas, verduras, castanhas, leguminosos, cereais sem glúten, alimentos fermentados etc. E a indústria vem se adaptando a esta nova demanda, de forma que a oferta é cada vez maior. Cuidado aqui: porque produto sem glúten não necessariamente significa produto saudável. Ele pode ter açúcar, margarina, conservantes e outros aditivos também tóxicos. Como historicamente não temos enzimas digestivas para a assimilação de alimentos com glúten, todos nós potencialmente podemos sofrer das consequências do consumo exagerado dele.

É questão de tempo desenvolver algum sintoma que pode ser relacionado ao glúten.  Ou pode ser que você já esteja sofrendo dos efeitos sem saber. Por isso, se você tem alguma dúvida, é aconselhável consultar seu médico e fazer exames para detectar o seu nível de intolerância ao glúten. Mas por que esperar ser tarde demais? Por opção ou por necessidade você pode diminuir o consumo de glúten imediatamente e aos poucos aprender a substituí-lo por alimentos mais saudáveis que eu acabei de citar. Aos poucos você começará a sentir as mudanças positivas: digestão mais fácil, aumento de vitalidade e disposição, emagrecimento, maior resistência e por aí vai. 

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