Luiz Gonzaga sofria de osteoporose e
morreu vítima de parada cardiorrespiratória no Hospital Santa Joana, na
capital pernambucana. Luiz Gonzaga do Nascimento, como foi batizado, era
filho de Januário Santana , nascido em 13 de dezembro de 1912, na
cidade de Exu, Pernambuco. É responsável por dezenas de obras-primas da
Música Popular Brasileira, mas antes de se tornar músico Luiz Gonzaga
trabalhou na lavoura, onde já usava as suas horas vagas para aprender
sanfona com o seu pai. Aos 12 anos, o futuro "Rei do Baião" já
acompanhava o pai em apresentações em bailes e festas. Perto dos 18
anos, Luiz Gonzaga mudou-se para Crato (Ceará), onde se tornou
corneteiro no 23º Batalhão de Caçadores. Passou por Minas Gerais e São
Paulo até chegar ao Rio de Janeiro no final dos anos 30. No final da
década, desligou-se do Exército e passou a se dedicar exclusivamente à
música, até ser contratado pela Rádio Nacional. O radialista César de
Alencar (que, juntamente com Paulo Gracindo, deu a ele o apelido de
"Lua") o chamava de "o maior sanfoneiro nordestino". E, naquela época,
isso não era pouca coisa, pode ter certeza...
Já em 1941, houve as primeiras
gravações instrumentais de Luiz Gonzaga. Em 1945, Gonzagão registrou,
pela primeira vez, uma canção com a sua voz - "Dança Mariquinha". No
mesmo ano, Gonzaguinha nasceu. Em 1946, com a música "Baião", Luiz
Gonzaga lançou um novo gênero musical chamado... baião! Escrita em
parceria com o advogado cearense Humberto Teixeira, e gravada pelo grupo
Quatro Azes e Um Coringa, a música é um manifesto de um gênero que se
impôs no país, até o surgimento da Bossa Nova. E a verdade é que,
entrava gênero, saía gênero (Jovem Guarda, Tropicália, Rock Brasil etc),
o baião de Gonzagão nunca saiu de moda.
>Mas foi em 1947 que ele gravou "Asa
Branca", a sua música mais importante, também em parceria com Humberto
Teixeira. A música é considerada, até hoje, uma das mais importantes da
história da Música Popular Brasileira, tendo sido regravada por diversos
artistas, como Rosinha de Valença, Fagner, Maria Bethânia, Caetano
Veloso e Carmélia Alves. Após tal canção, Luiz Gonzaga gravou inúmeros
sucessos, como "A Vida do Viajante" (com Hervé Cordovil), "Lorota Boa",
"Juazeiro", "Assum Preto", "Respeita Januário" (as quatro com Humberto
Teixeira), "Cintura Fina", "Imbalança", "O Xote das Meninas", "Vem
Morena", "Riacho do Navio" (as cinco com Zé Dantas), "Olha Pro Céu" (com
José Fernandes) e "Pau-de-Arara" (com Guio de Morais).
Luiz Gonzaga morreu aos 76 anos, em
Recife, vítima de parada cardiorrespiratória. Até a sua morte, em 1989,
Luiz Gonzaga gravou diversos discos e não parou de fazer shows por todo
Brasil. Até mesmo porque, como diz aquela sua velha canção: "Minha vida é
andar por esse país...".
E anda até hoje, 23 anos após a sua
morte, suas músicas ainda são cultivadas e cantadas por inúmeros
cantores e intérpretes da MPB. Saudades eternas do rei do Baião.
Fonte: Bahia Acontece
Veja o vídeo da matéria do Jornal Nacional sobre a morte de Luiz Gonzaga.
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