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Vixe mainha apagou tudo!


Se o problema aconteceu no Centro-Sul, por que faltou energia elétrica em Pernambuco? Simples. Praticamente todo o sistema elétrico brasileiro é interligado.
Da mesma forma que um Estado pode “socorrer” outro que está sem luz (como ocorreu durante o racionamento de 2001), num momento de pane, os problemas também ganham uma dimensão maior. A falta de energia anteontem ocorreu nas linhas de transmissão da hidrelétrica de Itaipu e mais uma vez levantou dúvidas em torno da confiabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN).
O fato do sistema ser interligado fez com que o problema se espalhasse por grande parte do País, atingindo parcialmente cinco Estados do Nordeste, incluindo Pernambuco. No Estado, 37 cidades ficaram sem energia. Técnicos do setor elétrico apontam que o sistema deveria ter uma forma de isolar uma região, quando ocorresse alguma falha para que o problema não se espalhasse por todo o País.
Isso poderia ser feito com a construção de linhas e sistemas chamados de reduntantes, que conseguiriam isolar o problema e continuar transmitindo a energia para os locais que não apresentassem falhas na transmissão ou geração. O problema na implantação desse tipo de sistema, segundo o governo, é que isso deixaria a conta de energia mais cara.
As falhas na linha de transmissão fizeram com que o SIN desligasse todas as geradoras de Itaipu, que produzem 14 mil megawatts (MW) médios, e equipamentos que poderiam ser danificados (como outras geradoras e 15 linhas de transmissão). Esse desligamento provocou a saída de 28,8 mil MWs do sistema e a falta de energia. O MW médio mede o consumo e o MW a potencia instalada.
O SIN é formado por empresas que geram energia, distribuem e transmitem nas regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte. Somente 3,4% da produção de energia elétrica do País encontra-se fora do SIN, em pequenos sistemas isolados na região amazônica. Na prática, o SIN recebe quase 97% da energia produzida no País e a redistribui num sistema que vai da Região Norte até o Sul.“Esse sistema é solidário. Anteontem, a interrupção de energia foi num volume tal que não permitiu que ele se arrumasse”, explicou o engenheiro da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e diretor do Ilumina Nordeste, João Paulo Aguiar.
Na última segunda-feira, o Nordeste consumiu em média 8.226 MW médios, mas só foram produzidos 7.501 MW médios na região, de acordo com o Operador Nacional do Sistema (ONS). O restante da energia foi importada de empresas do Norte (361 MW médios), Sudeste e Centro-Oeste (com 364 MW médios) antes do apagão ocorrer. “Depois que o problema ocorreu, deixamos de importar energia e o sistema de geração do Nordeste passou a fornecer cerca de 700 MW médios de energia a mais para o sistema”, afirmou o diretor de operações da Chesf, Mozart Arnaud. Segundo ele, a estatal passou a produzir mais energia para aumentar a disponibilidade do SIN.
Arnaud defende que o SIN traz muitas vantagens para o País. “Permite a economia de energia, a troca entre as regiões e o uso da energia gerada pelas hidrelétricas, que é mais barata e limpa”, argumentou. A construção das linhas de transmissão para deixar o SIN mais interligado foram intensificadas depois do racionamento de energia de 2001. Na época, o Nordeste passou por um grande racionamento e não foi possível trazer mais energia de outras regiões por falta de linhas de transmissão.
Outra vantagem do SIN é permitir a troca de energia para regiões, que tem períodos chuvosos distintos. Isso significa que quando os reservatórios das hidrelétricas estiverem em baixa no Nordeste, a região pode receber energia gerada nas hidrelétricas do Norte, que podem estar com os seus reservatórios cheios.
Em Pernambuco, da energia vendida pela Celpe, 11% vem da Chesf, 16% da Furnas (que comercializa também a energia fabricada por Itaipu), 8% da Cemig (MG), 7% da Cesp (SP), 5% da Companhia Paranaense de Energia (Copel), 5% da Eletronorte e 29% da Termopernambuco.

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